O Banco Central reduziu nesta segunda-feira (30), por meio
do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, sua previsão para o
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 2,7% para 2,5%. Em
2012, a expansão do PIB foi de 0,9% e, no ano anterior, de 2,7%.
Segundo a autoridade monetária, a produção agropecuária
deverá crescer 10,5% neste ano, contra a expectativa anterior do BC de uma alta
de 8,4% em 2013
A previsão do BC para a expansão do PIB de 2013 está um
pouco acima do que estima o mercado financeiro, cuja expectativa de alta, feita
na semana retrasada, é de 2,4% para este ano. A estimativa oficial de
crescimento do PIB do governo federal, que consta no orçamento deste ano, por
sua vez, também está em 2,5%.
Resultado do PIB de abril a junho
O BC lembrou que o PIB brasileiro registrou expansão de 1,5%
no segundo trimestre deste ano, valor que ficou acima das expectativas dos
economistas - com destaque para a alta dos investimentos no período.
"Esse resultado apoia a visão de que estaria em curso
mudança
na composição da demanda agregada. Nesse sentido, o consumo
continuará em crescimento, porém, em ritmo mais moderado; e, em contrapartida,
os investimentos e as exportações líquidas ganhariam impulso", avaliou o
BC.
Desaceleração no terceiro trimestre
Apesar da forte expansão de 1,5% do PIB de abril a junho
deste ano, contra os três meses anteriores, a autoridade monetária informou que
"indicadores antecedentes" apontam para desaceleração da economia no
terceiro trimestre deste ano.
"Nesse sentido, por exemplo, aponta a retração na
produção industrial em julho. Citem-se, ainda, os níveis relativamente baixos
da confiança de empresários e famílias e a instabilidade dos mercados
financeiros. Por outro lado, a atividade doméstica tende a ganhar tração no
último trimestre deste ano", acrescentou o BC.
Medidas de estímulo
No decorrer do ano passado, o governo anunciou uma série de
medidas para estimular a economia, como a redução do IPI para linha branca e
automóveis, além do corte dos juros básicos da economia, do aumento do dólar e
da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.
O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos
tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de
pagamentos, que já conta com mais de 40 setores beneficiados, liberou mais
crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$
8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.
As medidas de estímulo tiveram por objetivo combater os
efeitos da crise financeira internacional na economia brasileira. A crise,
atualmente, ainda tem mostrado efeitos na Europa, ao mesmo tempo em que a China
tem registrado expansão inferior aos últimos anos. Nos Estados Unidos, há
sinais de uma pequena aceleração da economia.
Com o aumento da inflação neste ano, o governo já começou a
reverter algumas das medidas de estímulo adotadas – como a queda de juros que prevaleceu
em 2012. Neste ano, os juros já subiram em quatro oportunidades, para 9% ao
ano. Além disso, o governo também começou a recompor o IPI da linha branca.
Componentes do PIB
Segundo a autoridade monetária, a produção agropecuária
deverá crescer 10,5% neste ano, contra a expectativa anterior do BC de uma alta
de 8,4% em 2013.
"O aumento anual da produção da indústria está estimado
em 1,1% (1,2% no último relatório), resultado de variações respectivas de
-2,8%, 1,5% e 1,9% nas indústrias extrativa, de transformação e da construção
civil (-3,1%, 2,3% e 1,1% na estimativa anterior)", acrescentou o BC.
Já o crescimento do setor de serviços em 2013 está projetado
em 2,3%, contra 2,6% de expansão no relatório anterior, feito em junho deste
ano.
"No âmbito da demanda agregada, ressalte-se a redução,
de 2,6% para 1,9%, na projeção para o consumo das famílias, compatível com a
moderação do mercado de trabalho. A projeção para o consumo do governo passou
de 2,4% para 1,8% e a relativa à formação Bruta de Capital Fixo
(investimentos), de 6,1% para 6,5%", avaliou a autoridade monetária.
A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB em
2013 é estimada em 3,5 pontos percentuais e a do setor externo, em -1 ponto
percentual.
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